Itaipava, 22 de abril de 2004
I
Busco um amor que precise de lagos,
precise de árvores e flores.
Busco um amor que seja feliz no silêncio.
Que seja feliz.
Caminho sozinha, embaixo do sol.
Me deito.
Vejo cair brilho amarelo e
cores de outono.
Enquanto não vem o amor
Espero cheia de calma ensolarada.
II
A fresta do sol me amanhece
É dia chegando pela janela
Quem deixa o coração brincar
Coisa vira o que a gente achar.
Esta fresta de sol, por exemplo,
é meu pai que chega,
pára e olha pela aresta da porta.
Coração de mulher dá cambalhotas feito criança!
- Menina, o que você está fazendo?
- Poesia, papai, poesia...
III
Esta poesia nasceu á beira do lago.
Ao entardecer
Ao som de cigarras e
de patos se recolhendo em grupos.
Poeta
em êxtase
olha o bambuzal.
Esta poesia está encharcada de orvalho.
Escuta o cachorro longe
e não quer fazer mais nada
Nem mesmo escrever mais uma única palavra.
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