sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sem Ela



Primavera sem ela
Inverno no frio, sozinha.
Verão sem manga no pé
Outono sem folhas no chão
Que tristeza profunda
E que dor
Que dor sem tamanho
Sem registro
É a Primavera sem ela
No mês dela
Amiga irradiante!
Primavera no frio
Inverno sem tesão
Verão sem praia e calor
Outono sem ela
A vida sem cor
Sem Daniela.
João de Barros, 23 de setembro de 2011

INSIGHT


Essa não sou eu.
Não contenho, sou contida
Nada parece conhecido.
Que lugar é esse que não reflete nada de mim ou em mim?
Tão vulgar e tão vazio...
Tenho que ser o que não sou
Ou mostrar o inverso do que sinto.
Não mostrar, não gritar.
Conter
e conter
e conter.
Não expor o que foi sentido.
E que valor tem um sentimento que não pode ser dito?
Não entendo, desconheço, me canso, me irrito, implodo.
Essa não sou eu
E se alguém gostar assim de mim
Só vai sentir gosto de máscara,
analisada e passear no raso de um jardim geométrico,
chato, estrangeiro.
Essa não sou eu.
E que pena.
Sou tão mais.
João de Barros, 23 de setembro de 2011