sábado, 9 de agosto de 2014

07 de agosto de 2014

Alguns sentimentos sem igual:
O amor imenso quando recebo um beijo apertado da minha filha;
O amor imenso ao olhar ao redor e ter orgulho dos amigos;
O prazer sem igual de dever cumprido e ter o trabalho reconhecido;
O amor quando o beijo na boca é muito mais que um beijo,
É amor mesmo e também é correspondido.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Ah, a burrice do amadurecimento!

O amor chega então feito um
telegrama que não quero abrir.

Não tivesse vivido tanto... 

Não tivesse vivido tanto, era agora toda sua;

Não tivesse sofrido tanto,
o resto do mundo...
o resto do mundo era apenas resto
e você, o mundo.


terça-feira, 15 de abril de 2014

E agora que é você quem parte?

Faz como quando a gente perde alguém que ama?
Faz o que com a falta e as lembranças todas?
É muita história,
muito tempo de vida juntas, Yedda.
Foi com você que aprendi sobre o jazz, a poesia, a literatura, o cinema,
a falar besteira (muitas) e dar boas gargalhadas sempre ao lado de um bom uisquinho (Glenfidich, of course).
Faz como para não chorar e querer deitar por séculos?
Minha querida mestre,
Você tentou me ensinar a não julgar, quis que eu fosse um espírito livre,
queria que eu aproveitasse a vida como esta se apresentasse.
E agora, faço como?
Em todas as perdas, você ao meu lado. E agora que é você quem parte?


segunda-feira, 14 de abril de 2014

Opiniões não interessam

!

Vamos parar com este blablabá
Com este papo sobre o nada
Vamos falar sério
De mim, de você, do fim do mundo.
Tá tudo muito raso, muito frívolo,
Muito saboroso.
Tudo eu, tudo você,
E ninguém quer saber de ninguém.
Opiniões não interessam.
É tudo um grande blábláblá




domingo, 13 de abril de 2014

Bom dia, domingo (13 de abril de 2014)

Bom dia, domingo,
Hoje eu não encontrei o meu amor.
Onde será que ele anda,
Quem será que ele é?
A propósito, ontem também não o encontrei.
Talvez eu seja do tipo
“sorte no jogo azar no amor”.
Bom dia, domingo,
Hoje estou bem, ontem também.
Um mês tem quatro domingos,
Um ano tem de quatro a cinco vezes doze domingos
No mínimo, são quarenta e oito domingos vezes quarenta anos.
Minha vida tem 1920 domingos sem encontrar meu amor,
Onde será que ele anda,
Quem será que ele é?
Talvez eu seja do tipo
“antes só do que mal acompanhado”.
Não, não, bela desculpa arrogante.
Queria encontrar com ele, saber como ele é, onde ele está.
Será que haverá?
Amanhã é segunda, depois vem terça, quarta, lá-rá-rá-rá.
Próximo domingo serão 1921 domingos.

Sylvia Braconnot, 30 de março de 2014

"O livros dos Haicais", Mario Quintana
DIÁRIO DE VIAGEM
O poeta foi visto por um rio,
por uma árvore,
por uma estrada…

terça-feira, 8 de abril de 2014

De, Para

De, Para


Não prometa nada.
Sei que não posso querer
mais do que o vago.

Cada vez que vai
é sempre a última vez.


terça-feira, 18 de março de 2014

Era bela, era feia, poderia ter futuro esta menina

A moça sentada, segurava uma caixa de pizza Domino´s.
Encostada no poste, bem acomodada,
estava no gramado entre duas avenidas.

Devia ter mil anos, mas era apenas moça
mulata, bonita, de top.
Era bela, era feia,
Era miséria para olhos anestesiados.

Podia estar num piquenique,
Aguardando o namorado.
Podia estar saindo da escola no recreio;
Hora do lanche e ela a descansar no parque.

Mas não era parque, era avenida;
Todos de passagem, passariam;
todos de barriga cheia, saciados;
Ela nem via
Nem ninguém queria ver a tal menina.


segunda-feira, 17 de março de 2014

À MODA ANTIGA, FORNO À LENHA, CHARQUE AO SOL

Minha amiga maravilhosamente louca, inadaptável, sacana das melhores, me inspirou com um post típico dela. Dizia: "em tempos de sexo microondas, banho-maria é luxo."

Não entendi muito bem o microondas até sacar que a metáfora é realmente boa. É mesmo como anda o sexo nestes tempos: esquenta rapidinho e come. Amanhã é outro prato, não é, Silvia Pilz? 

Foi quando pensei no amor que eu gostaria de ter e sentir, à moda antiga.

Repondi ao post e agora elaboro:

Te amo como em outros tempos
Fogão à lenha, demorado,
charque ao sol,
cozinhando lentamente, 
no tempo que Deus quiser.
Te amo em brasa enquanto a tarde cai
Cachaça das cinco, cigarro de palha, sem químicos nem erudição
Amor interior, de interior,
sem timer nem luz elétrica.
Te amo como antigamente,
com luz de lampião e silêncio de fazenda.

Cresci lá naquele mundão de Deus tão longe daqui. Escrevia-se cartas então! Maravilha. Saudade do meu ipê amarelo.

No post escrevi:
Te amo como nos velhos tempos, fogão à lenha, demorado, charque ao sol, quente no estômago que cozinha dentro e o sangue, este sangue, dependerá do ponto, de tempo sem timer nem luz elétrica. Lampião e som de fazenda lá fora.

domingo, 16 de março de 2014

Não querer é desejar

I
Sem querer pensar
Vou levando o não pensamento a todo instante.
Não querer é desejar sem parar, sem parar.
Refugo protegida, de mentira.
Avanço no precipício de amar aquele quem,
sem jamais ter tido,
Vou perder.

II
Eu minto.
Minto descaradamente.
Gozo da simulação indiscriminadamente.
Sinto e não digo;
Sou sobrevivente.
Esconder é a única saída e,
guardo tudo tão bem guardado,
tão dentro lá dentro,
que eu, dona do lugar,
já nem consigo achar.
Tudo está onde moram os
contos de minha breve história.
Tão rica e tão pobre;
Tão desimportante e linda; só minha.