quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Nunca entendi nada desta nossa contemporaneidade.

Para me espantar com arte

Para me espantar com arte só se puder encontrar poesia.
Poesia na imagem, na música,  na palavra, na cena, no movimento, no traço, rabisco. Por favor, poesia!
Sem poesia não vejo arte em lugar algum. Não sinto nada.
Quero me espantar de verdade. Espanto para o bem, não para o estranho, este eufemismo ao qual recorremos depois de tanto ver, ouvir, contemplar. Espanto além do que já se fez e o que conhecemos.
Quero uma arte para me espantar.  Quero arte para cair na gargalhada ou para chorar.
Nunca aceitei muito esta nossa contemporaneidade. A dança sem movimento, a música cacofônica, o cinema que não diz, a tela de muitas cores que não me levam a nada.
Busco a poesia e quando encontro lavo minha alma. O bidê não me comove senão pelo inusitado.
Quero traço, gesto, take, qualquer coisa que me diga algo. 
Quero me espantar, me comover, me extasiar.

Sou daquelas que não sobreviverá. Sou ninguém, não apareço em jornal algum, sou um nome que não aparecerá no Google além dos eventos sociais. Não sobreviverei ao Google. No final das contas, amo a boa arte de ontem e de hoje e ela precisará de mim apenas enquanto estiver viva.
Amo a boa arte que resiste ao tempo. 
Amo a boa arte e ponto.




Nenhum comentário:

Postar um comentário